segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

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ATO 1º
Paullo Phirmo lança seu livro e propõe modificar a si mesmo e aoS mundoS

por Rogério Alvarenga

Do sítio à conurbação, do eu à multidão, o escritor Paullo Phirmo percorre as contradições da nossa espécie, da nossa sociedade. Não é uma defesa do meio ambiente nem uma ode ao ecologicamente correto. É, tão somente, um conjunto de percepções relatadas em forma de poesia. Mas dá gosto ler que uma de suas percepções fala em "abrir mão/ de hábitos/ gostos/ gastos". Que os membros do COP-15 percebam seus mundos dessa forma.

O susto pode tomar conta do leitor ao se deparar com a dedicatória da poesia "Verde": "aos meus amados irmãos não-humanos, privados de escolha. Que esse horror acabe". Seguindo as páginas do Ato 1º, o animal no prato vira "um amigo desossado", e o zoológico, "sofrimento/ sobrevida/ animal".

O personagem continua sua saga em busca de compreender o comportamento humano - se é que busca isso. Em "Momento Primitivo", mostra a desconfiança que toma conta do ser moderno: "preconceito/ medo/ reação de primeiro momento". Em "Conurbação", percebe onde vive: "cidade/ poluição/ população/ condição". E enxerga o que faz pessoas suportarem essa condição: "sobre o caos/ a mudança/ as instâncias/ o plural/ além do caos/ a tolerância/ as operâncias/ o atual".

Paullo Phirmo lança "Ato 1º" no dia 18 de dezembro, às 19h, na Casa das Rosas, em São Paulo. Se parece difícil, na sociedade atual, conseguir um tempo para a literatura, talvez você precise suar um pouco: "suei a vida toda/ suei de noite/ suei de dia/ suei ao encontrar o meio amor/ suei de prazer".

Um bom programa cultural no mês dos Direitos Humanos e dos Direitos Animais.

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