segunda-feira, 16 de maio de 2011

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Pela ALTA do preço da gasolina
Carro "popular" gasta mais de 12 mil reais por ano, diz estudo. Maior parte da população depende de transporte coletivo

Desde abril, diversos movimentos contra o alto preço da gasolina repercutem ao longo do país. Abastecer apenas 50 centavos é uma das ideias. O que não aparece na pauta são os maiores prejuízos provocados pelo carro individual: trânsito caótico, sedentarismo, poluição, ruídos e...

... 12 mil reais por ano. Isso se o carro for "popular" e rodar dez quilômetros diários. É o que mostra pesquisa do professor de finanças pessoais, Samy Dama, da FGV, publicada em reportagem da Folha de São Paulo. Não à toa, apenas 23% da população brasileira usa o carro como meio de transporte, segundo o Ipea. Mesmo assim, é a maior causa do trânsito caótico, que já mata mais do que homicídios.

Realmente popular, o transporte coletivo, ainda precário e longe dos holofotes, alcança 65% dos brasileiros que vivem nas capitais. Mas o preço da gasolina parece dar mais audiência à televisão. Contra o alto preço, a revolta explode nas redes sociais:

"O respeito ao brasileiro morreu." É verdade, morreu, mas não pelo preço da gasolina. Se cada litro custasse um real, não ganharíamos respeito, e sim mais trânsito (e mortes), sedentarismo (e mortes) e poluição (e mortes). O respeito morreu com a péssima qualidade do transporte coletivo, "popular", e das condições para ciclistas e pedestres.

"Não posso deixar de usar carro." A menos que o autor da frase tenha limitações físicas severas ou trabalhe com transporte de mercadorias, está na mesma situação de 65% da população: precisando de um transporte coletivo de qualidade.

A revolta do buzu e a bicicletada estão logo ali, precisando de apoio, televisão, leis, educação, pressão.

Texto: Rogério Alvarenga
Imagem: transportehumano.blogspot.com
Dados: Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)


2 comentários:

  1. Rogério, excelente artigo. Eu me incluo, mas em pouco tempo estarei me desfazendo dessa cadeira de rodas ambulante.
    È muito trabalhoso, mas podemos unir forças para criarmos algum projeto de lei de iniciativa popular exigindo que pessoas com mandato sejam obrigadas a usarem o transporte coletivo(afinal, eles não dizem que é ótimo), que aí, se é pra eles, irão melhorar. O problema é arrumar 1,3 milhões de assinatura, mas nada é impossível.

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  2. Você já viu quanto é gasto com asfalto todos os meses na maioria das cidades? Mas não sobra um centavo para fazer ciclovia, ciclofaixa ou terminal de integração de ônibus.

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